quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Visão Binocula

O que um olho vê é sempre um pouco diferente do que o outro olho vê. Ponha um dedo a meia distância entre seus olhos e a tela do computador e olhe primeiro com um olho e depois com o outro, sem mover a cabeça. Você verá que um dos olhos vê algumas letras que o outro não vê e vice-versa, pois ficam encobertas pelo dedo.

Essa diferença contribui para que a gente veja os objetos em três dimensões, apesar das imagens na retina serem planas. O cérebro leva em conta as diferenças entre as imagens e se encarrega de "fundi-las" em uma imagem única estereoscópica, isto é, tridimensional. Ninguém sabe direito como o cérebro faz isso. Provavelmente, a tensão sobre os músculos ciliares tem alguma influência.
É possível simular a visão estereoscópica com pares de figuras que mostram o que se vê com cada olho. Recentemente, livros com esse tipo de figuras foram um grande sucesso de vendas. Nem todo mundo consegue ver o efeito desejado, mas vale a pena tentar. 



Olhe a figura abaixo de uma distância de uns 25 cm, mais ou menos, fixando a direção da visão no traço vertical do centro, como se quisesse ver um objeto distante nessa direção. Relaxe e com um pouco de prática você verá as imagens das figuras laterais se fundirem em uma só. Se conseguir isso, verá três imagens, sendo que a central aparece como tridimensional


Além de dar a sensação de profundidade, a visão binocular também contribui para a sensação de brilho que temos ao olhar para objetos polidos. O físico alemão Helmoltz escreveu o seguinte sobre esse efeito:
"Duas imagens estereoscópicas, uma representando uma superfície em preto e outra em branco, ao se fundirem resultam em uma única imagem brilhante como o grafite polido".
Faça a mesma experiência de antes com a figura abaixo e verá o efeito descrito. A razão para esse resultado reside na forma diferente como a luz é refletida de uma superfície fosca e de outra polida.








A superfície fosca difunde a luz em todas as direções de modo que a luminosidade vista por um olho é semelhante à vista pelo outro. Já a superfície polida reflete a luz em uma direção determinada. Por essa razão, a imagem da superfície vista por um olho pode ser bem mais luminosa que a imagem vista pelo outro. A fusão das duas imagens é interpretada pelo cérebro como uma sensação de brilho.

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